Ano passado, ao contrário de vários sinais que hoje parecem bastante óbvios, falava-se que não existia crise. Hoje, diz-se que 2015 é um ano ruim e 2016 será melhor.
Sendo assim, me parece que temos duas opções: acreditar nas projeções oficiais do governo (e antes que partidários de A ou B venham me atirar pedras, devo dizer que minha opinião é de que todos os governos mentem e sempre mentiram), ou se preparar para o que der e vier.
Digo “o que der e vier” pois também não me agrada seguir as projeções de consultores e afins que vivem de dar opiniões nos dizendo como o mundo vai ser daqui a sei-lá-quanto-tempo.
Para você, querido leitor, eu diria que pouco importa quem está certo ou errado. O que importa são as atitudes que podemos tomar para nos proteger e até tentar tomar vantagem em uma situação confusa como a que estamos passando. Como escreveu Warren Buffett, é quando a maré baixa que vemos quem está nadando pelado.
Assim, segue meu guia para não ser pego com as calças na mão:
Diversifique
Somos viciados em renda fixa e no mercado interno brasileiro. A maioria das pessoas diversifica pouco, confia demais em uma ou outra classe de ativos e quando resolve fazer algo diferente vê a coisa como uma “aposta”, seja em ações ou imóveis na Flórida. O que você deveria estar fazendo é nem tanto ao céu, nem tanto à terra. Diversifique seus investimentos da melhor forma que o seu patrimônio permitir.
Assuma riscos equilibrados
Acabou-se a era do “vamos fazer para ver no que dá”. Ainda assim, a economia recompensa quem toma e aceita o risco. O jeito é buscar melhores formas de assumir riscos: evite apostas do tipo “tudo ou nada” e favoreça experiências pequenas que podem ser deixadas de lado caso seja necessário. Quebre suas iniciativas de mudança em etapas menores, cumpra uma etapa de cada vez como forma de limitar seu risco. E, por último, não tente ser seguro demais. Lembre-se: os barcos estão seguros no porto, mas não é para ficar ancorados que eles foram construídos.
Reconstrua seus custos
Há um motivo para algumas das companhias mais eficientes do mundo terem adotado práticas firmes de redução de custos. Esse é o momento de olhar para todos os seus custos, de sua casa e da sua empresa, e pensar se você os teria se começasse tudo do zero. Linha por linha, imagine que você está começando hoje. Aquele custo faz sentido? Se não fizer, é hora de mudar. Você não precisa ser radical, cortando tudo e vivendo como um monge, mas talvez descubra que está pagando a mais de um ano por aquele pacote extra de filmes que nunca assiste na TV a cabo, e pode continuar vivendo feliz da vida sem ele.
Não se esqueça de viver
Um dos exemplos mais famosos sobre o mecanismo de preço do Capitalismo é o seguinte: se o preço de algo subir, digamos o latão, as empresas que usam esse elemento vão consumir menos dele, procurando alternativas. Com isso, quem depende mais desse material vai pagar mais caro e quem precisa menos dele vai dar um jeito. Para o consumidor, pouco importa que esse ajuste seja saudável a longo prazo.
Na nossa vida individual, estamos abrindo mão de algo. Até aqui, tudo bem. Só não se esqueça de que nessa parte de abrir mão de algo precisamos continuar vivendo, nos divertindo e fazendo tudo aquilo que faz a vida valer a pena. Seu restaurante preferido ficou caro? Aproveite para conhecer a concorrência! O vinho subiu muito? Chame os amigos e faça uma degustação em casa. Enfim, procure opções mais baratas, mas não se esqueça de viver.
Essas são minhas sugestões para você viver melhor em momentos de crise. Pensando bem, são boas sugestões para qualquer momento. Deixe sua opinião sobre o assunto nos comentários.
Fonte Administradores: http://www.administradores.com.br/artigos/economia-e-financas/guia-de-sobrevivencia-as-vacas-magras/90001/